Peço licença as memórias e histórias de Canoa e abro aqui um parêntese para narrar o que está acontecendo nesses dias em Canoa Quebrada.
Como frequentadora, amiga e por vezes moradora desse lugar privilegiado na costa brasileira, tenho visto de perto as mudanças sofridas, sentidas e presumidas pela comunidade e as mais próximas...
Sim, pois todos ao redor também sofrerão se Canoa sofrer. E não por razões afetivas somente mas também economicamente, financeiramente...
Canoa é um dos destinos turísticos mais procurados no litoral nordestino e o segundo mais importante no estado do Ceará, perdendo apenas para Fortaleza.
Mas desde o dia 29 de outubro, está em choque com a decisão do poder público de interditar o funcionamento das barracas na praia. E é claro que todos aqui querem preservar as falésias, as belezas naturais que encantam a todos e fazem o lugar ser o que é...
O que isso significa exatamente?
Não cabe a nós cidadãos comuns julgar o pleito, mas é permitido acompanhar e tentar entender o que está acontecendo por aqui.
Hoje existem 23 barracas que recepcionam e acomodam os turistas na praia. Algumas enormes,outras mais modestas e todas importantes para a comunidade.Elas empregam formalmente cerca de 400 pessoas e indiretamente mais de 500.
De Lucinha e seus doces caseiros a Fatinha do óleo de coco, Ledinha na massagem dos pés, os bugueiros, artesãos, ambulantes, tiozinhos dos sorvetes, do queijo coalho... aos hotéis, pousadas, lojas de conveniência, restaurantes, bares ,todo comércio local.
O fechamento das barracas já trouxe um prejuízo calculável e gerou um medo enorme de desemprego aos moradores, uma vez que quase todos por aqui vivem exclusivamente do turismo.E nada foi muito esclarecido, ninguém entende exatamente os porquês...
Sem as barracas na praia oferecendo o conforto tão sonhado por quem chega, o lugar, a praia perde literalmente visitantes. Hoje alguns grupos que chegam diariamente trazidos por operadoras como a CVC turismo, já foram cancelados e encaminhados para Beberibe.
Hoje também, as duas barracas que tentaram burlar a decisão da juíza Maria do Socorro Montezuma Bulcão e abriram...foram fechadas pelos policiais da PM.
Medo, insegurança, especulações, muito está sendo dito mas pouco está sendo esplicado. Alguns advogados apareceram e ofereceram soluções milagrosas diante de pagamentos exorbitantes, outros foram mais flexíveis na negociação financeira do caso.
Mas o que realmente acontecerá?
O que o perito e o laudo técnico dirão a respeito da presença benéfica ou maléfica das barracas próximas as falésias?
A olhos nus vemos que a ação da natureza...
onde não existem barracas é crítica, o mar avançou e as falésias caíram.
Todos os "nativos" e conhecedores do lugar sabem que há 50 anos atrás o mar avançou e o que seria hoje um quarteirão inteiro, foi engolido, e naquela época não existiam barracas...
Existem as contruções estranhamente autorizadas em fase de acabamento no alto das falésias, que parecem pesar toneladas...??
Bem, não sabemos onde isso vai dar... apenas torcemos para que seja num ponto em que se equilibre o melhor para a natureza e a vida dos cidadãos!
Por isso Canoa Quebrada inteira pede ajuda!
Que os colegas da imprensa noticiem, que as autoridades competentes ouçam todos os lados, que peritos (geólogos) sejam consultados,
que o melhor aconteça e Canoa saia fortalecida dessa ação!
Nenhum comentário:
Postar um comentário