sábado, 23 de outubro de 2010

Biografia de Canoa Quebrada (Zé Melancia)

Eu como filho desta terra,
A Deus todo dia eu peço,
Felicidade para nós todos,
Graça, amor e progresso,
A minha terra em verso.

Tem filho dessa velha terra,
Que não conhece de nada,
Não sabe porque motivo,
Chamam de Canoa Quebrada,
Eu declaro tudo em versos,
Por quem ela foi fundada.

Francisco Alves da Cunha,
Capitão de mar e guerra,
Vindo ele de Portugal,
Destinada a nossa terra,
Para fundar povoados,
Da orla marítima a serra.

Trazia ordem soberana,
De Dom Manoel de Portugal,
No entanto o capitão Aires,
Procurava o litoral,
Foi se entender com Jerônimo,
O fundador de Natal.

Aires da Cunha queria,
Falar com Martins Soares,
Jerônimo lhe respondeu:
Martins está em outros mares.
Nada disso impediu,
O navegador dos mares.

Jerônimo de Albuquerque,
Deu a Aires toda nota,
Capitão Aires da Cunha,
Prosseguiu com a sua frota,
Sem saber que esta viagem,
Causava grande derrota.

Vinha muito a beira costa,
Sem saber foi chocado,
Seu barco com uma pedra,
Foi um caso inesperado,
Na cabeça da Ponta Grossa,
O barco foi arrombado.

Foi na Cabeça do Norte,
Que o barco se arranhou,
Mas Aires com muito jeito,
Finalmente retirou,
Procurou ir mais a frente,
Mas seu barco não deixou.

Aires vendo que não dava,
Procurou uma enseada,
Então foi nesta velha praia,
Que ficou denominada,
Com esse nome ate hoje,
Que tem Canoa Quebrada.

Em mil seiscentos e cinquenta,
Eu encontrei escriturado,
Em um livro muito antigo,
Daquele tempo passado,
Eu li esse acontecido,
E ainda tenho guardado.

O barco estava na costa,
Sem passar um só vivente,
depois passa um viajante,
Aires lhe chamou presente,
Disse o viajante a Aires:
daqui além mora gente.

Daqui a mais de uma légua,
Tem uma povoação
Com nome Aracati,
Lá mora o velho Simão,
Aires com seus tripulantes,
Rumaram em direção.

Alves da Cunha deu a Simão,
O seu barco de presente.
Simão dirigiu-se a praia,
Trazendo um contigente,
Para destruir o barco,
Naquele mesmo ambiente.

Barco para aquela gente,
Era uma palavra à  toa.
Aquele povo só conhecia,
Batelão, balsa e canoa,
Então esse é o motivo,
Do nome da terra boa.

Vamos quebrar a canoa,
Diziam os trabalhadores.
Foi a origem desta terra,
Que apresento aos senhores,
Leiam esta biografia,
Que serão conhecedores.


Esta origem do passado,
Eu trago em minha memória,
Da minha terra querida,
Eu escrevo essa história,
Que antes não conhecia,
Lendo me deram vitória.

Está tudo esclarecido,
Que a história representa
A origem de Canoa Quebrada,
De mil e seiscentos e cinquenta,
Também em sua fundação,
O poeta em nada aumenta.

Canoa Quebrada também,
Deu vulto de ilustração.
Francisco José do Nascimento,
Tinha o título de dragão,
Era o Chico da Matilde,
O herói da abolição.

Uma senhora ilustrada,
Joaquina Camburá Teixeira,
Essa mulher tinha título,
De rainha labirinteira,
Em renda de labirinto,
Ela era a primeira.

Tiveram outros personagens,
Formados em filosofia,
Maestro, violinista,
Mestre de carpintaria,
O poeta dos verdes mares,
Que é José Melancia.

Preste atencão mocidade,
Velho patrão e patroa,
Leiam a origem de Canoa,
Terra da humanidade,
Desde a sua antiguidade,
Se ninguém não conhecia,
O poeta José Melancia,
Escreveu a biografia,
Da sua terra amada.

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